Louis Veuillot
Jesus Cristo é rei do mundo, fala ao mundo por seu Sacerdote, e os decretos deste Sumo Sacerdote, por ser a expressão dos direitos reais de Jesus Cristo, são eternos. Eles não se aplicam a uma época, senão a todas as épocas; não a uma sociedade, senão a todas as sociedades; não a alguns homens, senão a todos os homens. E como são ditados de acordo com a natureza da humanidade pelo Criador mesmo dela, por todas as partes a sociedade humana tem necessidade deles, por todas partes seu instinto os chama a força de gritos, de gemidos, de perturbações renascentes, de dores inarráveis; pois fora de seus império nada de bom existe. Daí o porque não existe tempo, nem sociedade, nem homem de quem os fiéis de Cristo não devam, quando possam, exigir alguma forma de obediência aos decretos do sacerdote de Jesus Cristo rei do mundo.
Os filhos de Cristo, os filhos do Rei, são reis. Forma uma sociedade absolutamente superior, que deve apoderar-se da terra e reinar nela afim de batizar a todos os homens e eleva-los a esta mesma vida sobrenatural, a esta mesma realeza e esta mesma glória que lhe a destinado Cristo. Eles devem tender a este fim, porque a dominação universal de Cristo será a única que realizará a liberdade universal, a igualdade universal e a fraternidade universal. Porque a liberdade devida ao homens consiste em alcançar seu fim sobrenatural, que é ir a Cristo; e não se há visto nunca outra sociedade, a não ser a dos discípulos de Cristo, que reconhece os homens como iguais e irmãos.
A sociedade cristã, em seu estado normal, se mantém e se estende mediante duas forças que devem ser distintas, não separadas; unidas, não confundidas. Subordinadas, não iguais. Uma é a cabeça, a outra o braço; uma é a palavra suprema e soberana do Pontífice, a outra o poder social.
Através e apesar dos desregramentos suscitados pelas paixões da debilidade humana, se formou em sua magnifica diversidade, esta comunidade da Europa que pode chamar a República ou ainda a Família cristã; obra maravilhosa, quebrada pela heresia quando a paz interior e o progresso das artes lhe prometiam a glória de estender ao gênero humano todo o benefício da redenção.
Se a unidade católica houvesse sido mantida durante o século XVI, não haveria infiéis, nem idólatras, nem escravos; o gênero humano seria hoje cristão; não só pelo número senão também pela diversidade das nações na unidade de crença, e escaparia assim ao despotismo universal que tão próximo o ameaça.
Do livro "A Ilusão Liberal", Editorial Nuevo Orden, Bs. Aires, 1965.ro "A Ilusão Liberal", Editorial Nuevo Orden, Bs. Aires, 1965.
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