Copio trecho de um texto original da revista Permanences (413-414, «Autopsie de la Révolution») o qual foi transcrito no excelente blog argentino Cruz y Fierro, que a pesar do tempo transcorrido não perdeu sua atualidade, sobretudo na América Latina governada quase em sua totalidade pela esquerda.É habitual resumir em cinco pontos os mecanismos da Revolução (1) que sintetizam a tática elaborada por León Trotsky.
1 – Dispor de pequenas equipes de homens formados e exercitados. Este ponto não tem nada de subversivo em si; recordamos suficientemente esta necessidade de pequenas equipes e a força do pequeno número. Constitui o elemento obrigatório de toda ação humana eficaz.
2 – Montar pequenas operações que bloqueiem o funcionamento normal das instituições. Se trata de por de relevo a fragilidade do poder existente. Se provoca uma paralisação do país ou alguns setores de atividade; o "beneficio prático" obtido importa pouco, o êxito só está vinculado ao impacto ideológico. Exemplos: A greve ou a transgressão que conduz a um processo judicial para manifestar que a lei tornou-se ultrapassada e não pode ser respeitada…
3 – Suscitar a dúvida, o medo, o silêncio e o recolhimento sobre sí. A dúvida, que paralisa, é a arma mais eficaz de Satanás. O objetivo é, em particular, instalar o temor (temor de não ser de seu tempo, de ser racista, homófobo…) e de constituir o que se acorda em chamar a "maioria silenciosa". Esta maioria é efetivamente convertida em silenciosa por meios de pressão eficazes.
4 – Suscitar e fazer crer a aparição de uma nova moral e, em conseqüência, de uma nova legitimidade. O discurso subversivo procura, constantemente, ser moralizador. Tem por objetivo fabricar uma consciência coletiva que maneje a consciência pessoal. Um consenso fabricado substitui os dados essenciais da lei natural. O vocabulário é manipulado: bebê de proveta se converteu, em ocasião dos debates sobre bioética, em bebê do amor ou bebê da esperança… Encontramos aqui o princípio maçônico solve et coagula: dissolver uma moral para legitimar uma novidade.
5 – Suscitar novos poderes sobrepondo-se acima das competências e responsabilidades legais. O poder político debilitado é substituído por um poder paralelo, que não está fundado em legitimidade alguma e não responde por suas decisões. A política se elabora em comissões ou grupos obscuros (financeiros, maçônicos…). Organismos como SOS Racismo ou Act-Up elaboram as leis. As ONGs se convertem em níveis essenciais destas hierarquias paralelas a nível mundial (planificação familiar…).
A cada um destes pontos corresponde uma "contra-medida", mas é importante recordar que a ação contra revolucionária não é uma Revolução ao contrário senão o contrário da Revolução.
A pergunta, por quem é que lutamos?, enquanto laicos católicos, não podemos senão responder: por Cristo Rei. A pergunta, contra quem nós lutamos?, a resposta é também evidente: contra Satã. Mas Satã é "legião", como nos diz a Escritura. Se sabe que a Virgem em La Salette revelou aos videntes que Lucifer aparecia assistido por uma classe de ministério composto de três membros: Mamón, o demônio do dinheiro; Asmodeo, o demônio da luxúria, e Belzebu, o demônio do ocultismo.
Uma vez mais, devemos a Jean Ousset (2) a conclusão e a intuição do que convém fazer:
"Temos em nossa frente o erro e aqueles que o divulgam. É impossível separar os dois. Os erros são similares as flechas as quais não fariam nenhum mal a ninguém se não houvesse quem as lançassem com um arco ou com um fuzil. Pretender guerrear somente contra as idéias e os sistemas perversos, sem Ter em conta quem os divulgam, difundem, aplicam sistematicamente sería uma loucura, senão cumplicidade manifesta com o inimigo".
(1) Utilizamos aqui o folheto de Philippe Maxence: Introduction à une action civique.
(2) Pour qu’Il règne, p. 81.
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