domingo, 5 de agosto de 2007

Pequenos textos patrioticos...

Organizando meus livros, nestes dias frios do sul do Brasil que cobrem as paisagens de gelo todas as manhãs, me deparei com um livro pequenino que há tempos não folheava. Logo no índice regozijei-me ao ver nomes de tão alta expressão com seus escritos dedicados aqueles que recém adentraram o colegial. Com desaponto verifica-se em nossos dias a "subversão do ensino", ou da "cultura", onde a educação "mecanizada" revela uma história fabricada subjetivamente pelos iluminados da ONU e da UNESCO, com o intento de se criar um nosso "senso comum" em consonância com a Nova Ordem que seus próceres almejam lograr. Tomado pela nostalgia é que resolvi transcrever três pequeninos textos que figuram nesta também pequena obra "Terra dos Pinheirais" organizada por Armando de Oliveira Souza e Iza Ramos de Oliveira.

NOSSA PÁTRIA
Rocha Pombo

Pátria – terra de nossos pais, onde viveram nossos avós, onde temos todas as recordações da nossa vida e da nossa família, onde tudo nos fala à alma – campos e mares, florestas e montanhas - e onde parece que até as estrelas e os próprios ares nos alegram mais do que outros céus!
É por isso mesmo que amamos a nossa Pátria mais que as outras pátrias.
Nela estamos confiantes como o marujo na enseada conhecida, longe do mar alto e livre das tormentas. Ela é para nós como nossa própria Mãe; pois nos abre o seu seio e nos protege, como se fosse uma continuação dos nossos lares.
A NOSSA BANDEIRA
Júlia Lopes de Almeida
Verde, da cor dos mares e das florestas que embelezam a nossa terra, desde a serra de Roraima até à barra do Chuí; azul, como o céu infinito em que abre os braços lúcidos o Cruzeiro do Sul; dourada, como o sol que alegra o espaço e fecunda os campos, a nossa bandeira retrata nas suas cores as supremas maravilhas do universo!
Filhos do sul ou filhos do norte, qual de nós não estremecerá de orgulho à sua viva glória?
Qual de nós não vibrará de entusiasmo ao senti-la aclamada pelos outros povos? Qual de nós não se comoverá vendo-a desfraldada em país estranho, ou não se sentirá capaz de maiores audácias para a defender de uma afronta e livrá-la de uma derrota?
A nossa bandeira é como um pálio confraternizador sobre a cabeça de todos os brasileiros. Unamo-nos para honrá-la na sua grandeza e para que ela seja sempre para nós, além do símbolo do da Pátria, o símbolo do Bem, da Razão, da Justiça. Só é inatingível o que é impecável, só é forte o que é puro. São as virtudes de um povo que tornam a sua bandeira respeitada; são os seus trabalhos, os seus empreendimentos, o poder de sua inteligência, a inteireza do seu caráter e a magnanimidade do seu coração que lhe dão prestígio diante de todo o mundo.
Assim, esforcemo-nos para que à sombra de nossa bandeira só nasçam e se desenrolem belas ações. Que ela pacifique gentes inimigas, quer tremule nos mastros sobre as águas inquietas, quer penda nas cidades sobre os telhados abrigadores do homem; que ela, que tem na cor a sugestão da esperança, sorria ao estranho em doce acolhimento, acenando-nos a todos para um futuro bonançoso e amplo.
Irmãos do Norte! Irmãos do sul, amigos! Unamo-nos em torno da nossa bandiera; que os elos que nos ligam não se dessoldem nunca, para que seja grande a sua glória e poderosa a sua força.

ALI ESTÁ A BANDEIRA DO BRASIL
Plínio Salgado

Como Euclides da Cunha amava o sua Pátria! Seu grande livro, chamado "Os Sertões", exalta a grandeza da nossa terra e da nossa gente. Naquelas paginas de um estilo forte, luminoso e rico, ele revela seus conhecimentos científicos e sua energia moral. Euclides descreve o caboclo do Brasil em pinceladas impressionantes, mostrando o seu valor. O sertanejo descrito por Euclides da Cunha é uma figura extraordinária: na aparência, da a impressão de um fraco, mas na hora da luta, é um verdadeiro gigante.
Euclides, em todos os momentos, mostrava ser patriota. Uma vez, estando numa comissão de limites do Brasil e a Bolívia, no dia de plantar um marco divisório, os engenheiros e oficiais de ambos os países promoveram uma pequena festa.
Era um jantar, num rancho. Pelas paredes havia bandeiras de muitos países sul-americanos, mas a do Brasil não estava lá.
Euclides olhou para as paredes cobertas de folhas e flores e notou que as cores predominantes eram o verde e o amarelo, cores da nossa Bandeira Nacional. E quando chegou a hora dos brindes, Euclides disse: "O Brasil não tem aqui uma bandeira de pano, mas tem uma mais bela e gloriosa, mais tocante na sua simplicidade". E, apontando para as folhagens verdes com flores amarelas disse: "Ali está a Bandeira do Brasil".
Todos ficaram muito comovidos. Era a voz do caboclo brasileiro que falava, Era um homem que conhecia e sabia descrever, como ninguém, a majestade das nossas paisagens e a grandeza da nossa gente.
Euclides só pensava na glória do Brasil. É assim que devem fazer todos brasileiros dignos
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Um comentário:

Letras já prontas disse...

E cá estou eu, utilizando-me da internet para, novamente, recolher os textos de um livro que marcou minha infância e que parece ser, por feliz coincidência, o mesmo livro a que se refere...
Ganhei de meu pai, ainda garoto, alguns livros que lhe pertenceram quando estudante. Esses livros foram fundamentais para tornar-me um leitor contumaz, com reflexos muito positivos para minha formação.
Concordo com seus comentários. Hoje em dia o prazer da leitura está se perdendo, nossa juventude caminha a passos largos para a alienação - e infelizmente ser patriota, ufanar-se de nossa terra ficou restrito unicamente ao campo do esporte...
Um grande abraço.


Fernando Rodrigues Batista

Quem sou eu

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Católico tradicionalista. Amo a Deus, Uno e Trino, que cria as coisas nomeando-as, ao Deus Verdadeiro de Deus verdadeiro, como definiu Nicéia. Amo o paradígma do amor cristão, expressado na união dos esposos, na fidelidade dos amigos, no cuidado dos filhos, na lealdade aos irmãos de ideais, no esplendor dos arquétipos, e na promessa dos discípulos. Amo a Pátria, bem que não se elege, senão que se herda e se impõe.

"O PODER QUE NÃO É CRISTÃO, É O MAL, É O DEMONIO, É A TEOCRACIA AO CONTRÁRIO" Louis Veuillot