NOSSA PÁTRIA
Rocha Pombo
Pátria – terra de nossos pais, onde viveram nossos avós, onde temos todas as recordações da nossa vida e da nossa família, onde tudo nos fala à alma – campos e mares, florestas e montanhas - e onde parece que até as estrelas e os próprios ares nos alegram mais do que outros céus!
É por isso mesmo que amamos a nossa Pátria mais que as outras pátrias.
Nela estamos confiantes como o marujo na enseada conhecida, longe do mar alto e livre das tormentas. Ela é para nós como nossa própria Mãe; pois nos abre o seu seio e nos protege, como se fosse uma continuação dos nossos lares.
Júlia Lopes de Almeida
Filhos do sul ou filhos do norte, qual de nós não estremecerá de orgulho à sua viva glória?
Qual de nós não vibrará de entusiasmo ao senti-la aclamada pelos outros povos? Qual de nós não se comoverá vendo-a desfraldada em país estranho, ou não se sentirá capaz de maiores audácias para a defender de uma afronta e livrá-la de uma derrota?
A nossa bandeira é como um pálio confraternizador sobre a cabeça de todos os brasileiros. Unamo-nos para honrá-la na sua grandeza e para que ela seja sempre para nós, além do símbolo do da Pátria, o símbolo do Bem, da Razão, da Justiça. Só é inatingível o que é impecável, só é forte o que é puro. São as virtudes de um povo que tornam a sua bandeira respeitada; são os seus trabalhos, os seus empreendimentos, o poder de sua inteligência, a inteireza do seu caráter e a magnanimidade do seu coração que lhe dão prestígio diante de todo o mundo.
Assim, esforcemo-nos para que à sombra de nossa bandeira só nasçam e se desenrolem belas ações. Que ela pacifique gentes inimigas, quer tremule nos mastros sobre as águas inquietas, quer penda nas cidades sobre os telhados abrigadores do homem; que ela, que tem na cor a sugestão da esperança, sorria ao estranho em doce acolhimento, acenando-nos a todos para um futuro bonançoso e amplo.
Irmãos do Norte! Irmãos do sul, amigos! Unamo-nos em torno da nossa bandiera; que os elos que nos ligam não se dessoldem nunca, para que seja grande a sua glória e poderosa a sua força.
ALI ESTÁ A BANDEIRA DO BRASIL
Plínio Salgado
Como Euclides da Cunha amava o sua Pátria! Seu grande livro, chamado "Os Sertões", exalta a grandeza da nossa terra e da nossa gente. Naquelas paginas de um estilo forte, luminoso e rico, ele revela seus conhecimentos científicos e sua energia moral. Euclides descreve o caboclo do Brasil em pinceladas impressionantes, mostrando o seu valor. O sertanejo descrito por Euclides da Cunha é uma figura extraordinária: na aparência, da a impressão de um fraco, mas na hora da luta, é um verdadeiro gigante.
Euclides, em todos os momentos, mostrava ser patriota. Uma vez, estando numa comissão de limites do Brasil e a Bolívia, no dia de plantar um marco divisório, os engenheiros e oficiais de ambos os países promoveram uma pequena festa.
Era um jantar, num rancho. Pelas paredes havia bandeiras de muitos países sul-americanos, mas a do Brasil não estava lá.
Euclides olhou para as paredes cobertas de folhas e flores e notou que as cores predominantes eram o verde e o amarelo, cores da nossa Bandeira Nacional. E quando chegou a hora dos brindes, Euclides disse: "O Brasil não tem aqui uma bandeira de pano, mas tem uma mais bela e gloriosa, mais tocante na sua simplicidade". E, apontando para as folhagens verdes com flores amarelas disse: "Ali está a Bandeira do Brasil".
Todos ficaram muito comovidos. Era a voz do caboclo brasileiro que falava, Era um homem que conhecia e sabia descrever, como ninguém, a majestade das nossas paisagens e a grandeza da nossa gente.
Euclides só pensava na glória do Brasil. É assim que devem fazer todos brasileiros dignos.
Um comentário:
E cá estou eu, utilizando-me da internet para, novamente, recolher os textos de um livro que marcou minha infância e que parece ser, por feliz coincidência, o mesmo livro a que se refere...
Ganhei de meu pai, ainda garoto, alguns livros que lhe pertenceram quando estudante. Esses livros foram fundamentais para tornar-me um leitor contumaz, com reflexos muito positivos para minha formação.
Concordo com seus comentários. Hoje em dia o prazer da leitura está se perdendo, nossa juventude caminha a passos largos para a alienação - e infelizmente ser patriota, ufanar-se de nossa terra ficou restrito unicamente ao campo do esporte...
Um grande abraço.
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