40 anos depois do Concílio Vaticano II
Entrevista com TOMAS MOLNAR, famoso intelectual católico, húngaro, professor na Universidade americana de Yale. Tirada do livro "Du mal moderne. Symptomes e antidotes"
Questão
E o Vaticano II? Até que ponto o Concílio transformou a Igreja?
Sobre esta questão, há várias posições. Os progressistas asseveram que o Concílio permitiu uma abertura ao mundo ainda imperfeita e tímida, e que se trata de torná-lo ainda mais radical, permitindo, por exemplo, o sacerdócio das mulheres, a contracepção, o aborto; os integristas condenam o Concílio, considerado como um largo compromisso [com o mundo] pelo qual a Igreja foi desfigurada. O Santo Padre, o Papa Bento XVI, por sua vez, desde que era Cardeal, afirma que o Concílio foi um benefício, mas que muitas vezes foi mal entendido. E o senhor, o que acha do Concílio?
Resposta de Tomas Molnar:
Quanto ao Concílio Vaticano II, coloco-me entre os integristas, na condição que aceiteis não falar em "integristas", mas meramente de simples católicos. Deve-se muito aos integristas, agüentaram os primeiros choques deste concílio dominado pelos radicais militantes. Retrospectivamente, é preciso dizer que tinham razão. As observações de Ratzinger são a prova disto. Se Monsenhor Lefebvre deixasse de combater, Ratzinger não ... [duas palavras ilegíveis], na sua avaliação do trabalho conciliar. Outras provas? As multidões de fiéis feridos que abandonaram a Igreja; a incapacidade desta de inspirar as formas da sensibilidade religiosa, ao menos a arte, a música, a arquitetura, a literatura, todas as áreas nas quais a Igreja se esterilizou, por assim dizer.
Diz-se que o Concílio é uma coisa e o pós-concílio outra. Não é nada. O Concílio e o que se seguiu é a mesma coisa. É o capítulo mais negro da história da Igreja, tanto mais que não é nada certo que possamos remediar isto nos próximos séculos. O diagnóstico não é difícil. Sem falar nas vicissitudes doutrinais que têm a sua lógica própria, a Igreja de Paulo VI capitulou frente à sociedade civil, ao indiferentismo, à heresia americanista, em sumo, frente ao protestantismo e ao modernismo. A vantagem, se me permite esta expressão, porque se trata de uma catástrofe não só para a Igreja, mas para toda a humanidade, abandonada hoje às seitas – a vantagem, portanto, é que vemos bem o castigo imediato: aborto maciço, a inundação da corrupção sexual, a devastação causada pela droga, a família destruída (50% de divórcio). Todas as motivações sociológicas têm pouco peso ou nada: é a Igreja que é responsável, esta Igreja prosternada diante da ONU, uma Igreja que persegue os crentes e que os escandaliza pelas suas mascaradas.
Entrevista com TOMAS MOLNAR, famoso intelectual católico, húngaro, professor na Universidade americana de Yale. Tirada do livro "Du mal moderne. Symptomes e antidotes"
Questão
E o Vaticano II? Até que ponto o Concílio transformou a Igreja?
Sobre esta questão, há várias posições. Os progressistas asseveram que o Concílio permitiu uma abertura ao mundo ainda imperfeita e tímida, e que se trata de torná-lo ainda mais radical, permitindo, por exemplo, o sacerdócio das mulheres, a contracepção, o aborto; os integristas condenam o Concílio, considerado como um largo compromisso [com o mundo] pelo qual a Igreja foi desfigurada. O Santo Padre, o Papa Bento XVI, por sua vez, desde que era Cardeal, afirma que o Concílio foi um benefício, mas que muitas vezes foi mal entendido. E o senhor, o que acha do Concílio?
Resposta de Tomas Molnar:
Quanto ao Concílio Vaticano II, coloco-me entre os integristas, na condição que aceiteis não falar em "integristas", mas meramente de simples católicos. Deve-se muito aos integristas, agüentaram os primeiros choques deste concílio dominado pelos radicais militantes. Retrospectivamente, é preciso dizer que tinham razão. As observações de Ratzinger são a prova disto. Se Monsenhor Lefebvre deixasse de combater, Ratzinger não ... [duas palavras ilegíveis], na sua avaliação do trabalho conciliar. Outras provas? As multidões de fiéis feridos que abandonaram a Igreja; a incapacidade desta de inspirar as formas da sensibilidade religiosa, ao menos a arte, a música, a arquitetura, a literatura, todas as áreas nas quais a Igreja se esterilizou, por assim dizer.
Diz-se que o Concílio é uma coisa e o pós-concílio outra. Não é nada. O Concílio e o que se seguiu é a mesma coisa. É o capítulo mais negro da história da Igreja, tanto mais que não é nada certo que possamos remediar isto nos próximos séculos. O diagnóstico não é difícil. Sem falar nas vicissitudes doutrinais que têm a sua lógica própria, a Igreja de Paulo VI capitulou frente à sociedade civil, ao indiferentismo, à heresia americanista, em sumo, frente ao protestantismo e ao modernismo. A vantagem, se me permite esta expressão, porque se trata de uma catástrofe não só para a Igreja, mas para toda a humanidade, abandonada hoje às seitas – a vantagem, portanto, é que vemos bem o castigo imediato: aborto maciço, a inundação da corrupção sexual, a devastação causada pela droga, a família destruída (50% de divórcio). Todas as motivações sociológicas têm pouco peso ou nada: é a Igreja que é responsável, esta Igreja prosternada diante da ONU, uma Igreja que persegue os crentes e que os escandaliza pelas suas mascaradas.
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