Vivemos num País completamente dominado pelo materialismo e cada vez mais marcado pelo destemor a Deus, pelo desamor à Pátria, pelo desapego à Família, às Tradições e às instituições cristãs e democráticas e pela total aversão ao princípio de Autoridade (sem a qual, aliás, jamais existirá Liberdade); vivemos num País onde os intelectuais se dividem, de um lado, entre os que adoram ao “Deus Mercado” e defendem o imperialismo econômico, político e cultural e o capitalismo excludente e selvagem e, de outro, entre aqueles que consideram Cuba um exemplo de Democracia, rendem culto a assassinos como Lênin, Stálin, Trótski, Mao Tsé-Tung, Fidel Castro, “Che” Guevara e até Pol Pot, ainda chorando a queda do Muro de Berlim e do chamado Império Soviético, por eles visto como um autêntico “paraíso terreno”; vivemos num País em que a decadência moral é generalizada, em que o direito de Propriedade é violado tanto pela ação nefasta do capitalismo neoliberal quanto pela de grupos extremistas, que se aproveitam da miséria e do justíssimo clamor das multidões despossuídas para semear o ódio, a violência e a luta de classes. Vivemos, porém, num País em que se mantêm, surgem e ressurgem movimentos que, inspirados nos ensinamentos perenes do Evangelho, na Doutrina Social da Igreja e no pensamento dos magnos mestres tradicionalistas d’aquém e d’além mar, lutam para que o Brasil desperte de seu sono e seja reconduzido à missão histórica que herdou de Portugal.Um dos novos movimentos que surgem é a Associação Cristo Rei (ACR), que, criada na cidade de Toledo, antiga Cristo Rei, no Oeste do Paraná, reúne já algumas dezenas de jovens professores e acadêmicos irmanados na defesa da Fé e do mais sadio e nobre nacionalismo. Tal nacionalismo é decorrente do tradicionalismo, entendido este, à luz do que observou António Sardinha, numa das páginas iniciais de “Ao princípio era o Verbo”, não como obscurantismo, mas sim como “continuidade no desenvolvimento”, como “permanência na renovação”. E tal nacionalismo – como também ensinou, no mesmo livro, o assinalado apóstolo de lusitanismo e de hispanismo – supõe, “em relação ao grande conjunto humano, um ‘universalismo’”, universalismo este que se não pode confundir com o cosmopolitismo e o internacionalismo de nossos atormentados dias, só podendo ser, portanto, “o universalismo que a Idade Média professou e a que Augusto Comte rendia tão calorosas homenagens: a sociedade internacional restabelecida e restaurada sobre as únicas duradouras, - as da Cristandade.”
Voltemos, contudo, à Associação Cristo Rei.
Seu brasão – em torno do qual se agrupam já muitos dos mais valorosos representantes da mocidade do Estado, ou melhor, da Província de Tasso da Silveira – traz um escudo dourado com a figura da Harpia, também chamada de Gavião-real, tendo ao fundo a Cruz da Ordem Militar de Cristo, vulgar e erroneamente conhecida como Cruz de Malta.
O presidente e fundador da ACR é Nilo Barreto Junior, filho da Bahia de Castro Alves, Rui Barbosa, Adonias Filho e Rubem Nogueira e propugnador dos ideais tradicionalistas e patrióticos há já considerável, primeiro aqui em São Paulo e depois lá mesmo no Paraná.
“Viva Cristo Rei!” é agora não apenas dos carlistas de Espanha e dos cristeros do México, mas também dos membros e simpatizantes da ACR.
Ainda não está pronta a página da ACR na rede mundial dos computadores, mas Fernando Rodrigues Batista – jovem e vigoroso pensador cristão e um dos mais proeminentes membros daquele movimento, pertencendo ao núcleo de Foz do Iguaçu – criou um “blog” onde encontramos magníficos textos de Gustavo Corção, Francisco Rolão Preto, Gustave Thibon, Jean de Siebenthal, Louis Veuillot, Jean Madiran e outros, bem como significativos artigos da própria lavra do arguto articulista paranaense. O “blog” chama-se “Reconquista”, nome da formidável revista bilíngüe de cultura que circulou em princípios da década de 1950, sendo dirigida por José Pedro Galvão de Sousa e incluindo, em sua lista de colaboradores, intelectuais d estirpe de um Francisco Elías de Tejada y Spínola, de um Pablo Lucas Verdú, um Rafael Gambra, um Octavio Nicolás Derisi, de um Rolão preto, um Fernando de Aguiar, um Alberto de Monsaraz, um Hipólito Raposo, um Francisco José Velozo, um Heraldo Barbuy, um Arlindo Veiga dos Santos, um Mesquita Pimentel, um Clóvis Lema Garcia, dentre outros de não menor valor.
Os militantes da ACR sabem que sofrerão as piores calúnias, injúrias e difamações e que estas dificilmente virão a peito descoberto. Não poderia ser, aliás, de modo diverso, uma vez que, em nossos dias, todos aqueles que se levantam em defesa da restauração do Primado do Espírito, são acusados de fascistas e até de nazistas pelos adeptos, conscientes ou não, do materialismo, como bem acentuou Plínio Salgado, o egrégio e injustiçado autor de “Vida de Jesus”, “Aliança do Sim e do Não”, “Conceito cristão da Democracia”, “Primeiro, Cristo!”, “Direitos e deveres do Homem” e de tantas outras obras que todos os cristãos deveriam ler.
Mas esses valorosos paladinos de Cristo e da Pátria, da mesma forma que os primeiros cristãos – acusados de envenenar fontes, de incendiar Roma e até mesmo de comer criancinhas -, nada temem, exceto a Deus.O tradicionalismo que a ACR prega – o mesmo tradicionalismo dos pensadores cristãos já citados neste pequeno texto e o mesmo tradicionalismo de Vazquez de Mella, de Ramiro de Maeztu, Miguel Ayuso Torres, João Ameal, Maurice Barrès, Bernanos, Marcel de Corte, Chesterton, Leonardo Van Acker, Alexandre Correia, Ricardo Dip e de inúmeros outros da mesma estirpe – é o pensamento novo e perene que poderá construir um Grande e Novo Brasil e uma Grande e Nova Hispânia.A ACR, que é, antes de tudo, no dizer de seu fundador, uma “família de almas”, - tomando “a verdade como regra das ações”, como demonstrou Farias Brito no livro que recebeu este nome, e assumindo “uma atitude em face dos problemas”, como desejava Alberto Torres, - luta pela recristianização integral de nossa Pátria e pela formação de uma Aristocracia de Espírito.
Contrária a preconceitos étnicos e sociais, reunirá ela pessoas de todas as etnias e classes sociais, de Norte a Sul do nosso Brasil.
Encerremos este artigo com um pequeno trecho da obra “Primeiro, Cristo!”, de Plínio Salgado:“Por Cristo-Rei".
“Seja, pois, a exaltação da realeza de Cristo, o coroamento destas palavras. Eu a proclamo, do fundo da minha pequenez, com o ardor de um soldado. E como soldado vos convido, ó homens do meu tempo, a aclamarmos o Cristo-Rei, por cujo Reino devemos ir à luta, uma luta diferente, porque não seremos portadores de morte, mas de vida; nem de aflições, mas de consolações, nem de crueza, mas de bondade.“E vós – ó Jesus, a quem tanto amamos, e que estais tão abandonado pelas nações no século dos horrores, como vos prefigurou na tábua apocalíptica o pintor neerlandês [Van Aeken, o Bosch] – recebei o nosso preito de soldados fiéis, e socorrei-nos em nossas fraquezas, para que possamos cumprir quanto desejamos, no empenho de vos bem servir; pois incapazes somos nós sem vossa Graça, mas se não faltardes com Ela, ainda que hajamos de cair muitas vezes, outras tantos nos levantaremos, de sorte que, nas horas perigosas, nas horas decisivas e, principalmente, na hora extrema, por vós, sempre por vós, estaremos de pé!”
Viva Cristo Rei
!São Paulo, 08 de fevereiro de 2007.
Um comentário:
Caro amigo Victor certamemente vivemos mais do que nunca em tempos
de combate onde devemos primeiramente exaltar CRISTO REI e senhor nosso,de todo o nosso ser,de toda a nossa alma e de todo o nosso entendimento. esse deve ser o nosso ideal e com os corações repletos de amor a DEUS.Só assim lutar,lutar e lutar....
pois soldados que lutam sem um
ideal já perderam sua batalha antes mesmo de inicia-la....
VIVA CRISTO REI!!!
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