Ao condenar o Sillon (movimento democrata-cristão da França dos fins do século XIX e início do séc. XX), afirmando que o mesmo formava na "escolta do socialismo", Pio X deixou dito entre outras coisas o seguinte:
"Se Jesus foi bom para os transviados e os pecadores, não respeitou suas convicções errôneas, por sinceras que parecessem; amou-os a todos para os instruir, converter e salvar. Se chamou junto de si, para os consolar, os aflitos e os sofredores, não foi para lhes pregar o anseio de uma igualdade quimérica. Se levantou os humildes, não foi para lhes inspirar o sentimento de uma dignidade independente e rebelde à obediência. Se seu coração transbordava de mansidão pelas almas de boa vontade, soube igualmente armar-se de uma santa indignação contra os profanadores da casa de Deus, contra os miseráveis que escandalizam os pequenos, contra as autoridades que acabrunham o povo sob a carga de pesados fardos, sem aliviá-la sequer com o dedo. Foi tão forte quanto doce; repreendeu, ameaçou, castigou, sabendo e nos ensinando que, muitas vezes, o temos é o começo da sabedoria, e que, às vezes, convém cortar um membro para salvar o corpo. Enfim, não anunciou para sociedade futura, o reinado de uma felicidade ideal de onde o sofrimento fosse banido; mas, por lições e exemplos, traçou o caminho da felicidade possível na terra e da felicidade perfeita no céu: a estrada real da Cruz. Estes são ensinamentos que seria errado aplicar somente a vida individual em vista da salvação eterna; são ensinamentos eminentemente sociais e nos mostram em Nosso Senhor Jesus Cristo outra coisa que não um humanitarismo sem consistência e sem autoridade".
(PIO X – "Notre Charge Apostolique", n° 38)
Nenhum comentário:
Postar um comentário